Um homem entrou na sala. O lugar estava barulhento, apinhado de alunos que falavam dos mais variados assuntos. Ninguém o percebeu, ninguém nem sequer olhou no rosto daquele moço. Ao terminar suas obrigações, ele pegou seu balde e saiu do aposento com a cabeça baixa. Ninguém o notou novamente. E as conversas cotinuaram, as risadas continuaram, porém, uma garota havia ficado intrigada com o acontecimento. Como era possível que ninguém tivesse se dado ao menos o trabalho de agradecê-lo, ou de olhá-lo na cara como o giual que era. Ao que parecia, todos ali achavam que ele não havia feito nada mais que sua obrigação, era seu dever. Lilian então, para confirmar sua tese, resolveu perguntar a um de seus colegas:
- Leo, você viu o moço que estava aqui?
- Hã? Moço? De quem você está falando Li?
- Deixa pra lá.
Pois é, o homem que lhes forneceu um ambiente adequado para estudar, era invisível. Lilian se perguntava se quando ele necessário novamente, ainda continuaria invisível. Parece que ele só se fazia notar quando era de nosso interesse, quando nós achávamos que era necessário, mas para ao menos agradecê-lo, ele não exista. E a garota se perguntava como o tal moço não se sentia todos os dias, indo de sala em sala cumprir seus devees sem nem um digno olha no rosto. É a isso que nossa sociedade faz nos submetermos, a pessoas que só pensam em si e renegam aquele que está ali para garantir seu bem-estar. E é assim que vai se seguindo porque ninguém quer olhar através do homem invisível.